É
na correria do dia a dia que Iracy Noronha, de 53 anos, protagoniza a própria
história e faz da confeitaria sua principal atividade econômica. Desde que
ingressou no curso profissionalizante de "Panificação e Confeitaria" do Fundo
Social de Solidariedade (Funss), promovido gratuitamente pela Prefeitura em 2017,
a moradora do Parque Internacional mudou de vida. Por semana, faz mais de 30
sonhos, 20 pães recheados, além de bolos, roscas, pudins e sequilhos.
Como
boa curiosa e interessada em gastronomia, ela soube da inscrição para o curso
por meio de uma vizinha em conversa despretensiosa. Sem perder tempo, correu para
se inscrever. "Fiquei sabendo da oportunidade e, para aprender algo novo, fui atrás",
conta Iracy.
A
confeiteira diz que o curso apareceu em sua vida no momento exato. Após perder parte de sua loja de roupas infantis em uma enchente, no final de 2015, ela se viu
abalada. "Eu entrei em depressão e minha saúde não estava boa. Abandonei o comércio
e fui me dedicar a cuidar da minha mãe, que já tem 80 anos. Assim que entrei no
curso, minha vida se transformou e pude desenvolver um novo talento, que me
trouxe ganho em dose dupla: nas finanças e na autoestima."
O
sucesso de vendas de Iracy é o pão de carne seca. Ela diz que aprendeu a
receita da massa no curso, mas que o recheio é de sua autoria e contém um
segredo. "Eu vou contar o segredinho porque quanto mais a gente dá, mais a
gente recebe. Meus recheios têm um sabor especial porque utilizo os temperos da
minha horta. É tudo fresquinho e sempre me organizo para o orégano não faltar",
frisa.
Sobre o faturamento com a nova atividade, Iracy não esconde o sorriso. "Não preciso pedir dinheiro para o meu marido. Compro minhas coisas, presenteio meus filhos e netos, pago minhas contas e graças a Deus tenho honrado meus compromissos", finaliza a microempreendedora.