Guerreiro é o nome do cavalo
manso, que hoje, por conta da maldade humana, já não enxerga mais. Ele teve os
dois olhos furados e foi resgatado das ruas de Campo Limpo Paulista, por meio do prestador de serviços contratado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de
Obras e Planejamento, hoje responsável pela gestão do contrato referente à
captura e apreensão de animais de grande e médio porte das ruas.
Casos como o dele, infelizmente, são
comuns na cidade. Por mês, cerca de 5 animais são apreendidos pelo Setor, que
hoje acumula quase 15 cavalos. A média de apreensões já foi maior e chegou a 20
por mês. "O trabalho de apreensão e captura, com a aplicação de multas e taxas 'educou'
os proprietários, que já não deixam tantos animais soltos", esclarece a
funcionária do Departamento de Meio Ambiente, Amabili Caramori.
No entanto, de acordo com um dos
responsáveis pelo Setor de Apreensão, Alex William Antônio, parte dos
resgatados vem em situação crítica. "A maioria é abandonada de propósito, pois
está doente e já não 'serve' mais para o proprietário. Eles chegam muito
debilitados, com condições físicas que exigem cuidados", explica.
A taxa de apreensão para equinos,
muares (burro) e bovinos, por cabeça, é de R$ 232,95, mais R$ 20,83 por diária.
No caso de caprinos e suínos, o valor é de R$ 94,41, mais R$ 12,26 por diária.
Os proprietários podem procurar o Departamento do Meio Ambiente, da Secretaria
de Obras e Planejamento, em até 5 dias corridos após o recolhimento. "O trabalho envolve a segurança da população
e o bem-estar dos animais. Um animal de grande ou médio porte solto nas ruas
pode causar acidentes", diz Amábili.
Se a apreensão acontece pela
segunda vez, há o pagamento da taxa em dobro. No caso dos animais que não são requeridos
pelos donos, no prazo máximo de cinco dias, após os cuidados necessários e
recuperação, alguns vão para leilão, outros para doação (realizada para ONGs e
pessoas jurídicas) e muitos acabam ficando no próprio Setor, pois seguem
debilitados.
MAIS - Quando retirados das ruas, todos os recolhidos passam por
uma consulta veterinária e recebem os cuidados necessários. Problemas nas juntas,
desidratação, anemia, magreza extrema e a evidência de maus tratos são
recorrentes. No local, eles têm alimentação balanceada, além de um espaço
adequado. "Felizmente conseguimos salvar a vida da maioria. Lutamos para
recuperar todos", comenta Alex.
Um caso recente de maus tratos é
uma égua com uma lesão no olho, que após uma paulada desenvolveu um tumor. Ela
foi operada no Hospital Veterinário Universitário de Sousas e agora se
recupera.
SERVIÇO - O serviço de apreensão de animais de Grande Porte funciona 24h. Para solicitar, basta ligar para a Defesa Civil (199), Guarda Municipal (153), Polícia Militar (190) e Departamento do Meio Ambiente (4039-8327) ou diretamente para o Setor (9 7422-5278).